RESENHA DA BOLSA - QUARTA-FEIRA 08/03/2017
ÁSIA: As bolsas asiáticas ficaram sob pressão em meio à crescentes riscos geopolíticos na região e aumento na expectativa de que o Federal Reserve apertaria a política monetária na próxima semana. Os mercados ficaram presos durante a maior parte da semana, com investidores esperando mais pistas sobre a decisão do Federal Reserve dos EUA e com a perspectiva da política monetária e fiscal do presidente Donald Trump. Os investidores provavelmente estavam preocupados com uma possível retração das bolsas americanas, depois de sua recente série de recordes. Dow Jones Industrial Average caiu 0,1%, enquanto o S & P 500 e Nasdaq Composite terminou a queda de 0,3%.
O índice japonês Nikkei fechou em queda de 0,47%, sua terceira sessão consecutiva de perdas, após dados econômicos decepcionantes. A economia do Japão cresceu a um ritmo mais rápido do que o inicialmente estimado no trimestre de outubro a dezembro, mas economistras esperavam uma alta de cerca de 1,6%. O PIB do Japão no quarto trimestre foi revisto para 1,2% em relação ao trimestre anterior, ante preliminar do governo de 1%, com despesas de capital crescendo em seu ritmo mais rápido em três anos. As empresas aumentaram os investimentos em meio a um otimismo inicial sobre as possíveis políticas facilitadoras do governo Trump.
Na Austrália, o ASX 200 caiu 0,03%, em 5.759,7 pontos, com perdas em seu subíndice de materiais. A queda de 0,8% no setor de materiais foi a maior no índice, com grandes mineradores como a Rio Tinto e a BHP recuando 0,4 e 1,1%, respectivamente, apesar da ligeira alta do minério de ferro. A produtora de cobre Oz Minerals caiu 1,8%, depois que o preço do cobre deslizou 1,5%. O preço do ouro estabilizou em US $ 1217 a onça, mas as produtoras de ouro recuaram. Evolution Mining caiu 2% e Northern Star Resources perdeu 2,3%. O setor financeiro foi bem apoiado, com os quatro grandes bancos avançando entre 0,7 e 0,9%, com exceção do Commonwealth Bank, que fechou 0,4% inferior.
Os mercados chineses continentais fecharam em queda depois de divulgar um déficit comercial em yuan. Os dados oficiais mostraram que as exportações em em yuan subiram 4,2% em relação ao ano anterior, mas as importações avançaram 44,7%. Dados do governo também mostraram que as reservas de divisas da China em fevereiro subiu inexperadamente pela primeira vez em oito meses, para US $ 3,005 trilhões, enquanto em janeiro, as reservas caíram para US $
2,998 trilhões. Segundo analistas, a recuperação das reservas ocorreu devido um dólar mais fraco e como tal, não representa um indicativo de que a situação dos fluxos de capitais melhorou
apenas com os méritos da China. O Shanghai Composite fechou baixa de 0,04%, enquanto o composto de Shenzhen terminou 0.36% menor. Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou em alta de 0,43%.
O Kospi da Coreia do Sul subiu 0,06%, com investidores de olho na decisão do Tribunal Constitucional sobre o impeachment da presidente Park Geun-hye. Os
riscos geopolíticos na Ásia estão aumentando, com a chegada dos
primeiros componentes de um sistema anti-míssil de Defesa de Área de
Alta Altitude (THAAD) implantado pelos EUA na Coreia do Sul. A implantação do sistema gerou forte repreensão da China, embora o departamento estadual dos EUA tenha dito à China que a implantação do sistema THAAD não é uma ameaça, mas uma resposta ao último teste de mísseis da Coreia do Norte. Empresas sul-coreanas na China desde então relataram
ataques cibernéticos, fechamentos de lojas e multas, enquanto a mídia
estatal chinesa pediu um boicote aos produtos e serviços sul-coreanos,
informou a Reuters.
Enquanto isso, a saga política entre a Malásia e a Coreia do Norte se prolonga, depois que Pyongyang proibiu os malaios em conexão de deixar o país, o que levou a Malásia a fazer o mesmo com os norte-coreanos em seu país.
O dólar permaneceu estável contra a cesta das moedas, negociado em 101.76. O iene negociou a 113.65 de encontro ao dólar.
No mercado de commodities, petróleo caiu durante o horário do pregão asiático, conforme um relatório do setor que indicou um grande aumento nos estoques americanos. A leitura do Instituto Americano do Petróleo mostrou que os suprimentos dos EUA subiram
11,6 milhões de barris, um aumento acentuado em relação à média dos
analistas de que a leitura do governo mostre crescimento de apenas 1,7
milhões de barris. Enquanto isso, a Energy Information Administration (AIE) dos EUA apontou na terça-feira, sua previsão média diária de 2017 para 9,2 milhões de barris, ante 9 milhões de barris. Entre as notícias do setor, o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Mohammad Barkindo, disse na terça-feira durante a CERAweek que a conformidade entre os maiores produtores globais com o
acordo para conter a produção deve melhorar em fevereiro, enquanto o
ministro de energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, disse que os
fundamentos do mercado de petróleo estavam melhorando após o acordo de
produção para cortar o fornecimento global.
EUROPA: As bolsas europeias operam com volatilidade nesta quarta-feira, com investidores adotando uma postura defensiva antes da próxima reunião do Banco Central Europeu na quinta-feira e os números do "nonfarm payroll" dos EUA na sexta-feira e também em relação à decisão do Federal Reserve dos Estados Unidos na próxima semana.
O pan europeu Stoxx 600 cai 0,05%, com a maioria dos setores no vermelho. A gigante alemã de material esportivo Adidas lidera o topo do índice de referência europeu com uma alta de 8%, após relatar resultados "impressionantes" e que espera que sua margem bruta em 2017 aumente para 49,1%. A empresa de serviços de segurança G4S salta 6% depois de reportar um aumento de 18% no lucro ajustado no ano passado.
Em contraste, a empresa de serviços públicos francesa EDF cai 8%, em acordos antecipados depois que o governo francês fez venda de 92 milhões de euros em suas ações. A empresa de construção naval Boskalis relatou um prejuízo anual pela primeira vez em duas décadas e suas ações caem 6%.
Na França, o déficit comercial do país aumentou para um patamar recorde em janeiro, uma vez que as exportações de aeronaves da Airbus caíram na sequência de um mês forte em dezembro, segundo a agência aduaneira francesa.
O déficit comercial da segunda maior economia da zona do euro também
foi impulsionado por um aumento nas importações de produtos
farmacêuticos e pelo aumento dos custos de importação de petróleo. O déficit comercial aumentou para 7,94 mil milhões de euros em Janeiro face a 3,57 mil milhões de euros em Dezembro. A França vendeu nove Airbus por EUR1,03 bilhões, contra 64 em dezembro por 5,8 bilhões de euros.
Na Alemanha, a produção industrial alemã subiu acentuadamente em janeiro em relação ao mês anterior, superando as previsões, liderada por um aumento na produção de bens de capital. O Destatis estimou uma melhora na atividade industrial, em vista da melhora no sentimento dos negócios, apesar da queda dos pedidos às indústrias no início do ano. A produção industrial na maior economia da Europa cresceu 2,8% em janeiro em relação à dezembro. Os economistas previram um aumento de 2,5%.
No Reino Unido, o FTSE 100 opera entre altas e baixas, com investidores aguardando a divulgação dos planos do governo britânico em relação a gastos e impostos enquanto trabalha para sair da União Europeia. O chefe Tesouro do Reino Unido, Philip Hammond, deve apresentar o último orçamento do governo, o último antes que o governo comece as negociações do Brexit com a UE. Ele disse que pretende manter a disciplina fiscal enquanto o país se prepara
para sair da UE. A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, quer iniciar o início do processo Brexit no final deste mês. O FTSE 100 caiu 0,2% na terça-feira e se seguir para a direção sul, registrará a quarta perda consecutiva nesta quarta-feira. Na semana passada, registrou seu recorde mais alto, em 7.382,90 pontos.
A maioria das ações de mineração sobem depois que a China registrou um déficit comercial inesperado em fevereiro. O déficit, o primeiro desde 2014, foi impulsionado por um aumento nas importações após o feriado prolongado do Ano Novo Lunar. Segundo analistas, o recente crescimento das importações parece refletir, em grande parte, ao aumento das importações e um salto nos preços das commodities. Glencore e Antofagasta sobem 1% cada, Rio Tinto avança 1,14%, BHP Billiton adiciona 0,6% e Anglo American sobe 0,3%.
Os
investidores também estão atentos na decisão da taxa do banco central
polonês e na reunião da diretoria executiva do Riksbank sueco. Enquanto
isso, o candidato de centro direita às eleições presidenciais francesas, François Fillon, que tem sido visto como o único capaz de derrotar a candidata de
extrema-direita, Marine Le Pen, começa a mostrar um enfraquecimento nas pesquisa, diante das evidências com o escândalo “Penelopegate”, sobre a suspeita de
utilização de dinheiros públicos para contratar de forma fictícia a sua
mulher, Penelope e que sequer conseguirá passar para o segundo turno. Aumenta também a pressão do partido republicano para
que se retire da corrida presidencial. Fillon era considerado
favorito para vencer umas eleições, que espera ser muito disputada. A
maioria das pesquisas mostra que Marine Le Pen ganha no
primeiro turno mas que tivesse pela frente o ex-primeiro-ministro
François Fillon no segundo turno, aí sim os estudos de mercados apontavam que Fillon venceria com larga vantagem.
AGENDA DO INVESTIDOR:
EUA:
10h15 - ADP Non-Farm Employment Change de dezembro (número de postos de trabalho no setor privado dos EUA);
10h30 - Revised Nonfarm Productivity (mede a produtividade da mão-de-obra da economia norte-americana, excluída a agropecuária);
10h30 - Unit Labor Costs do Segundo Trimestre (mede o custo em dólar que as empresas pagam aos empregados);
12h00 - Final Wholesale Inventories (relatório com informações sobre as vendas e os estoques do setor atacadista);
12h30 - Crude Oil Inventories (Relatório de Estoques de Petróleo dos Estados Unidos);
14h01 - 10-y Bond Auction (leilão de títulos de 10 anos do governo americano);
ÍNDICES FUTUROS - 7h00:
Dow: +0,05%
SP500: +0,02%
NASDAQ: +0,07%
OBSERVAÇÃO:
Este material é um trabalho voluntário, resultado da compilação de
dados divulgados em diversos sites da internet que são aqui resumidos de
maneira didática para facilitar e agilizar a compreensão do leitor. O
texto da sessão asiática está no tempo passado e a europeia no presente
devido ao horário em que este relatório é redigido. Atentem-se para o
horário de disponibilização dos dados.
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