ÁSIA: Os mercados acionários asiáticos fecharam sem direção nesta quinta-feira, depois que a inflação recorde dos EUA apontou para novos possíveis aumentos das taxas de juros aumentando temores que esfrie o crescimento econômico.
O índice Hang Seng de Hong Kong caiu 0,50%, fechando em 20.694,50 pontos. Na China continental, o Shenzhen Component reverteu as perdas iniciais para fechar em alta de 0,75%, em 12.602,78 pontos e o Shanghai Composite caiu 0,08% em 3.281,74 pontos.
Na Coreia do Sul, o Kospi caiu 0,27% para 2.322,32 pontos.
O Nikkei do Japão subiu 0,62%, fechando em 26.643,39 pontos.
O S&P/ASX 200 da Austrália avançou 0,44%, em 6.650,60 pontos. As ações de tecnologia, materiais e energia impulsionaram o índice. A BHP ganhou 1,3%, a Rio Tinto subiu 2% e a Fortescue, 2,5%. As produtoras de carvão lideraram os ganhos. New Hope saltou 5,7%, Whitehaven subiu 6,5% e Coronado disparou 8,1%.
A Austrália adicionou 88.400 empregos em junho, segundo dados oficiais, muito mais do que os 30.000 previstos por analistas. A taxa de desemprego do país ficou em 3,5%, abaixo dos 3,8% esperados e uma baixa de 48 anos, informou a Reuters.
O índice MSCI para a Ásia-Pacífico exceto Japão caiu 0,11%.
Vários bancos centrais asiáticos vem fazendo movimentos para apertar a política para combater a inflação, à medida que os aumentos das taxas de juros do Federal Reserve dos EUA impulsionam a procura pelo dólar americano.
Nesta quinta-feira, a Autoridade Monetária de Cingapura apertou sua política monetária, enquanto o banco central das Filipinas elevou suas taxas em 75 pontos-base, ambos citando a necessidade de conter o rápido aumento da inflação. Ambos os movimentos vieram após a notícia de que o índice de preços ao consumidor dos EUA subiu 9,1% em junho em relação ao ano anterior, marcando o ritmo mais rápido em mais de quatro décadas e elevando as expectativas do mercado para um aumento agressivo da taxa na próxima reunião do FED no final deste mês.
O banco central de Cingapura optou por permitir que sua moeda fortalecesse, subindo o ponto médio da banda cambial conhecida como taxa de câmbio efetiva nominal do dólar de Cingapura. A Monetary Authority of Singapore acredita que a pressão inflacionária global permanecerá elevada nos próximos meses e elevou suas previsões para a inflação. Ao contrário da maioria dos bancos centrais, a MAS usa a taxa de câmbio em vez das taxas de juros, pois é uma ferramenta política mais eficaz para manter a estabilidade dos preços devido à pequena e aberta economia de Cingapura. O movimento surpresa marcou a quarta rodada consecutiva de aperto. Geralmente a autoridade monetária realiza reuniões duas vezes por ano, em abril e em outubro.
O Ministério do Comércio e Indústria de Cingapura disse que estimativas mostram que o PIB do país cresceu 4,8% no segundo trimestre de 2022 em comparação com o mesmo período do ano passado, acima dos 4% do primeiro trimestre do ano, mas abaixo do crescimento de 5,2% que analistas em uma pesquisa da Reuters esperavam e o índice de preços ao consumidor do país em junho subiu 6,1% em relação ao ano anterior, bem acima da meta de inflação do Banco Central de 2% a 4%. Em maio, Banco Central elevou sua taxa de política pela primeira vez em mais de três anos, em 25 pontos-base, seguido de outro aumento de 25 pontos-base em junho.
Enquanto isso, a Autoridade Monetária de Hong Kong, o HKMA, banco central da cidade, disse que vendeu US $ 1,63 bilhão na quarta-feira para defender a moeda local depois da divulgação da inflação dos EUA. A autoridade monetária já vendeu HK $ 117,075 bilhões (US$ 14,91 bilhões) em dólares americanos desde sua primeira intervenção cambial deste ano em 11 de maio, segundo dados oficiais. A moeda de Hong Kong está ligada ao dólar americano desde 1983 e negocia dentro de uma faixa de 7,75 a 7,85 dólares de Hong Kong por dólar americano. O HKMA vende dólares americanos se a moeda local ficar muito fraca ou compra se o dólar de Hong Kong ficar muito forte.
As moedas asiáticas, incluindo o dólar de Hong Kong, tem sofrido forte pressão à medida que o FED eleva as taxas de juros de forma mais agressiva do que outros bancos centrais, a fim de conter a inflação de décadas, impulsionando ativos de renda fixa nominados em dólar americano.
EUROPA: As bolsas europeias negociam em baixa na manhã desta quinta-feira, com os mercados globais digerindo os últimos dados de inflação dos EUA.
O índice pan-europeu Stoxx 600 segue negociado em baixa de 0,94%, com a maioria dos setores em território negativo. As ações europeias fecharam em baixa na quarta-feira.
O alemão DAX 30 cai 0,55%, o francês CAC 40 recua 0,68% e o FTSE MIB da Itália perde 1,86%.
Na Península Ibérica, o IBEX 35 da Espanha cai 1,07% e o português PSI 20 cai 1,13%.
Em Londres, o FTSE 100 cai 0,60%. Entre as mineradoras listadas na LSE, Anglo American cai 2,7%, Antofagasta cai 1,3%, enquanto as gigantes BHP e Rio Tinto operam em baixa de 2,1% e 2,6%, respectivamente. A petrolífera British Petroleum negocia em queda de 1,3%.
A Comissão Europeia elevou consideravelmente suas previsões de inflação na zona do euro para uma alta histórica de 7,6% em 2022, acima da previsão anterior de 6,1% em maio e cortou sua previsão de crescimento para o bloco em 2023 de 2,7% para 4,0%, à medida que a guerra da Rússia contra a Ucrânia afeta a economia do bloco. A invasão da Ucrânia pela Rússia colocou pressões sobre os preços de energia e alimentos, que estão adicionando pressões inflacionárias globais, corroendo o poder de compra das famílias e desencadeando uma resposta mais rápida da política monetária do que se presumiu anteriormente, disse a Comissão Europeia.
A comissão também disse que PIB da zona do euro de 19 membros deve crescer 2,6% em 2022, segundo seu relatório trimestral. A previsão de crescimento em maio era de 2,7% para o ano. A economia deve crescer 1,4% em 2023, mais fraca do que os 2,3% esperados anteriormente.
EUA: As preocupações com o aumento das taxas do Federal Reserve continuam a reverberar sobre os mercados. Os futuros dos índices de ações caem na manhã de quinta-feira.
Os investidores estão precificando a probabilidade de 75% de que o presidente Jerome Powell e seus colegas aumentarão as taxas de juros em 100 pontos-base daqui duas semanas, enquanto tentam esmagar a inflação que saltou acima de 9%, seu nível mais alto desde 1981. A previsão é que o FED leve as taxas de juros para cerca de 3,7% até fevereiro do próximo ano. O presidente do FED de Atlanta, Raphael Bostic, quando questionado por repórteres sobre a probabilidade do aumento, respondeu: “Tudo está em jogo”.
O índice de preços ao consumidor em junho subiu 9,1% no ano, acima das estimativas dos economistas de um aumento de 8,8% em relação ao ano anterior. O núcleo do CPI, que exclui a volatilidade dos preços de alimentos e energia, foi de 5,9%, também acima da estimativa de 5,7%.
As bolsas recuaram durante a sessão de quarta-feira. O Índice Dow Jones Industrial Average caiu 0,67%, para 30.772,79 pontos e o Nasdaq Composite recuou 0,15%, para 11.247,58 pontos. O S&P 500 caiu 0,45%, para 3.801,78 pontos, sua quarta sessão consecutiva de perdas, queda de 2,58% no período.
Além disso, o Livro Bege, também divulgado na quarta-feira pelo FED, mostrou preocupações de uma recessão iminente em meio à alta inflação.
Na quarta-feira, economistas do Bank of America disseram em nota que esperam que os EUA entrem em uma “recessão leve” este ano. Eles observaram que os dados apontam para uma desaceleração do ímpeto da economia e que a inflação parece estar atrapalhando os gastos do consumidor.
O relatório do CPI também impactou os títulos do Tesouro. Na madrugada desta quinta-feira, o rendimento dos Títulos do Tesouro dos EUA de 2 anos, que é mais sensível às mudanças de política monetária do que seus pares de longo prazo, subia cerca de 7 pontos base para 3,213%, mantendo a inversão da curva entre as notas de 2 e 10 anos, que na quarta-feira atingiram seu maior nível desde 2000 e são vistos pelo mercado como precursores da recessão. O rendimento da nota do Tesouro de 10 anos subiu 6 pontos base, para 2,967%, enquanto o rendimento do título do Tesouro de 30 anos foi negociado ligeiramente abaixo de 6 pontos base, para 3,126%. Os rendimentos movem-se inversamente aos preços e um ponto base é igual a 0,01%.
A temporada de resultados continua na quinta-feira, com o JPMorgan Chase e o Morgan Stanley programados para reportar antes do sino de abertura desta quinta-feira.
Na agenda econômica, as solicitações semanais de seguro-desemprego e o relatório do índice de preços ao produtor de junho, que mede os preços pagos aos produtores de bens e serviços, serão divulgados às 9h30.
CRIPTOMOEDAS: A expectativa dos mercados era de que leitura da inflação dos EUA para junho mais alta pressionará o Federal Reserve a ficar mais agressivo para abafar os aumentos dos preços ao consumidor e que, por sua vez, colocaria pressão negativa sobre os preços de ativos de risco, como ações e Bitcoin. As ações em Wall Street encerraram em baixa na quarta-feira, mas o Bitcoin inesperadamente chegou a ultrapassar a marca de US$ 20 mil, marcando a primeira alta em seis dias.
Na manhã desta quinta-feira, os principais criptoativos negociam entre altas e baixas e o Bitcoin volta a operar abaixo dos US $ 20.000, após o pedido de falência da Celsius, uma plataforma de empréstimos de criptomoedas nos EUA.
Bitcoin: -0,03%, em US $ 19.782,60
Ethereum: +1,29%, em US $ 1.086,13
Cardano: -1,59%
Solana: +0,50%
Dogecoin: -2,28%
Shiba Inu: -0,49%
Terra Classic: -5,58%
ÍNDICES FUTUROS - 7h25:
Dow: -1,06%
SP500: -1,13%
NASDAQ100: -0,85%
COMMODITIES:
MinFe Dailan: -2,59%
Brent: -2,25%
WTI: -2,92%
Soja: -0,67%
Ouro: -1,40%
OBSERVAÇÃO: Este material é um trabalho voluntário, independente, resultado da compilação de dados divulgados em diversos sites da internet que são aqui resumidos de maneira didática para facilitar e agilizar a compreensão do leitor. O texto da sessão asiática está no tempo passado, enquanto a europeia e a americana estão no presente devido ao horário em que este relatório é redigido. Atentem-se para o horário de disponibilização dos dados. O texto não é indicação de compra, manutenção ou venda de ativos.
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